segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Alta Idade Média e Relação dos Estamentos


Fonte do Direito na Alta Idade Média

A sociedade medieval era constituída de diversos grupos sociais, cada um tinha uma ordem jurídica própria. Na Alta Idade Média, o Direito não era produzido pelo Estado, mas pela sociedade civil por meio dos costumes jurídicos, que vinham a ser um tipo de consenso manifestado pelo povo. Nessa época a autoridade do imperador/rei era extremamente forte, essa autoridade é dividida em beneficio da hierarquia dos senhores feudais, tornando então o costume a única fonte do direito da época. A evolução desse direito se deu pelo progresso do Direito dos povos germânicos em contato com as populações romanizadas.


 Relação entre os estamentos 

A Idade Média tem inicio com as invasões bárbaras nos resquícios fragilizados do Império Romano, A relação dos donos de terras com os bárbaros, desencadeia em uma concorrência de culturas e até mesmo a incorporação de uma para a outra, O povo bárbaro era considerado um povo que não tinha território, nem cultura, só por não terem cultura e hábitos romanos, este povo tinha um regime bem diverso do de Roma. A pirâmide bárbara é composta pela Nobreza no topo da pirâmide, pelos Homens livres e pelos Homens não livres. A nobreza era quem detinha todo o poder, ditava as normas da sociedade, e eram ainda os grandes proprietários, já os homens livres eram aqueles que detinham pequenas propriedades e guerriavam, e na base da pirâmide podemos ver os homens não livres, que eram os servos, responsável apenas pelo trabalho. Já a sociedade romana era divida em 4 estamentos, em Patrícios, Clientes, Plebeus e Escravos. Os patricios eram cidadões de Roma, portadores de grandes terras e gados, e faziam parte da aristocracia, Os clientes eram os indivíduos subordinados aos patricios. Os plebeus eram livres, porem, não participavam do senado e não podiam formar famílias legalmente reconhecidas. E por ultimo, na base da pirâmide, ficavam os escravos, que eram apenas instrumentos sem nenhum direito político. Com a invasão Barbara, foi possível a linckagem desses dois modelos sociais, favorecendo então o modelo feudal. A sociedade feudal era dividida em 4 estamentos, os quais eram, clero, nobreza, vassalos, servos e os escravos que não entram na pirâmide estamentaria, mais que estavam inseridos na sociedade, mesmo que indiretamente. No ápice da pirâmide feudal, vemos o clero, que eram os religiosos, detentores do poder, o clero tinha controle da economia, da política, e de toda a sociedade, era ele quem ditava as regras, e quem cobrava os impostos, daí a grande riqueza que a Igreja Católica tem nos dias atuais. Abaixo ficam os nobres, que eram os donos de terras, cavaleiros, condes, duques. Os vassalos vinham mais em baixo, e eram quem protegiam os senhores feudais em troca de terras. E por ultimo ficam os servos, que serviam os donos de terras, estes, pagavam taxas aos senhores feudais para morarem e produzirem em suas terras. Os escravos não entravam na pirâmide estamentaria, mais faziam parte da sociedade. Na época do feudalismo, devemos ressaltar, que ninguém mudava de posição social, ou seja, quem nascia pobre, morria pobre, não existia união estável entre classes diferentes. O fim do sistema feudal se deu com o inicio das guerras, logo, o crescimento demográfico acentuou, os camponeses ficaram desabrigados, se deslocando para ao redor dos feudos, então surgindo a periferia, onde essas pessoas trocavam serviços, logo, surgindo resquícios já do capitalismo.
(Luilla Correia)

Direito Germânico e Direito Romanista


Direitos Germânicos
1.    Organização Sociopolítica
Antes do século V da nossa era, ou seja, anteriormente à época de suas grandes migrações para o Sudoeste, os Germanos compunham um complexo de etnias mais ou menos nómadas.
A começar do século II a.C., os Germanos habitavam um extenso território da Escandinávia, ao norte, até ao Danúbio, ao sul, do Vístula, a leste, até o Reno e até mesmo até ao Mosa, a oeste. Pode-se citar dentre as etnias germânicas que viveram nos arredores da região belga atual, os Tréveros,os Taxandrinos e os Tongres.
O cerne da estrutura sociopolítica é o clã, que é chamado de sippe, OU SEJA, a família em sentido lato. O clã se forma sob o domínio do chamado mund, que seria o pai, dos membros da família e de outros auxiliares, que podiam ser os escravos. Pelo fato da família ser patrilinear, o pai mantinha a paz e ordem nelas e além disso o seu poder é a princípio ilimitado, pelo fato de n haver superiores. A relação existente entre esses clãs, normalmente, eram reguladas pela luta, pela guerra privada ou como chamado no latim, pela faida. Esses clãs viviam da pecuária e da agricultura.
2.   Direito Consuetudinário
O direito das etnias germânicas existente era necessariamente consuetudinário.  De fato, não existia um tipo apenas de Direito Germânico, mas sim uma variedade de costumes, que eram mais ou menos diferenciadas, vivendo assim cada povoado a partir de seu próprio direito tradicional.
Os Germanos não deixaram nenhum documento escrito, fato que deixa muito mais difícil o estudo desses povos, tanto que para tentar se conhecer os Direitos Germânicos anteriores à época das invasões do século V, os historiadores utilizaram de quatro tipos de documentos históricos: a) As fontes literárias latinas; b) As fontes literárias germânicas; c) Os costumes germânicos redigidos depois das invasões; d) e os costumes escandinavos.

Direitos Romanistas

1.           Renascimento do direito romano
- Formação dum direito erudito, comum à Europa:
Naquela época, o ensino do direito era quase exclusivamente baseado no estudo do direito romano. No entanto, alguns professores da época elaboraram uma ciência do direito que era independente dos vários sistemas jurídicos que eram vigentes em diferentes locais da Europa.
Esse novo direito foi chamado de Direito Erudito, o qual tinha algumas vantagens em relação aos direitos locais existentes:
·          Ele era um direito escrito, diferentemente dos direitos dos diferentes territórios da Europa, que na sua maior parte eram consuetudinários, ou seja, não escrito;
·         Ele era um direito comum a todos os mestres;
·         Ele era muito mais completo que os direitos locais;
·         E por fim, ele era muito mais evoluído, pelo fato de que foi elaborado a partir de textos jurídicos de sociedades mais desenvolvidas.

2.          As transformações dos sistemas jurídicos nos séculos XII e XIII:
Os sistemas jurídicos nos séculos XII e XIII sofreram várias transformações, dentre elas pode-se destacar que o direito passou de irracional, evoluindo para um direito racional.
Essa transformação fica bem clara na análise da evolução das provas, pois antes no modelo irracional, as provas advinham de elementos sobrenaturais, de vontades divinas. Mas com o passar dos séculos as provas foram sendo mais racionais, ou seja, feitas a partir de testemunhas, inquéritos, fazendo com que as penas fossem mais justas.
3.          Tendências para a preponderância da Lei e a Difusão dos Direito Romanistas fora da Europa
A produção das leis também passou por transformações. O poder de produção dessas, passa dos senhores e das cidades, para os soberanos e depois para a nação. Portanto a lei vai se tornando uma forma de expressão da vontade nacional.
Com isso os Direitos Romanistas foram se difundindo pela Europa, nas regiões do Quebeque e no Estado da Lousiana, Portugal e Espanha levaram esses direitos para algumas de suas colônias na América Central e Meridional e por fim, alguns países não colonizados aderiram alguns Códigos do Direito Romanista para introduzir em seus sistemas jurídicos.
 (Isadora Moraes de Ataídes)

domingo, 4 de novembro de 2012

Fontes do Direito Canônico



Como para os demais direitos religiosos, a principal fonte do direito canônico é a vontade divina, sendo ela complementada pelos atos legislativos que emanam das autoridades religiosas, como os concílios e papas, e pelo costume. Além disso, desempenhou um papel fundamental o direito Romano, servindo como fonte supletiva do direito canônico.
            A Primeira fonte do direito canônico é o IUS DIVINUN. O direito divino é aquele que emana da sagrada escritura, tanto no antigo, como o novo testamento, e dos Escritos dos Apóstolos e Doutores da Igreja, que são aqueles elaboradores da Patrística, doutrina dos Padres.
            Através do ius divinun, o direito oriental e o direito grego exerceram forte influencia na formação do direito canônico. Alem disso, como o antigo direito hebraico foi redigido pelos Hebreus, o direito hebraico também exerceu forte influencia como fonte histórica do direito canônico.
            Outra fonte do direito canônico é a legislação. Constituída pelas decisões das autoridades eclesiásticas, se distinguem entre os decretos dos concílios e as decretais dos papas.
            Os decretos, ou cânones, são as decisões dos concílios. Destacam-se entre eles os concílios ecumênicos, que nada mais são do que assembléias gerais de todos os bispos da cristandade.
O primeiro concilio ecumênico reuniu-se em Nicéia, em 325. Desde então, houve cerca de 20, um por século. O de maior destaque foi o concílio de Trento, que tomou importantes decisões na luta contra a reforma, nomeadamente em matéria de casamento.
            Além dos concílios ecumênicos, existem inúmeros concílios regionais, provinciais e diocesanos.
            Já os Decretais, ou constitutiones, são os escritos dos papas., no intuito de responder a uma consulta ou a um pedido emanado de um bispo ou de um alto personagem eclesiástico ou laico.
            Como o poder legislativo no seio da igreja passou progressivamente dos concílios para os papas, essas decretais atuam complementando os decretos dos diversos concílios.
            Atualmente os papas ainda fazem constituições pontificiais, que são verdadeiras leis da Igreja. Entretanto, dirigem-se aos bispos principalmente através de encíclicas, que nada mais são do que bulas ou cartas solenes contendo mais conselhos do que instruções.
            Outra importante fonte do direito canônico é o Costume. Por ser uma fonte de direito não escrita, não desempenha um papel considerável na evolução do direito canônico., em razão também, da abundância de regras jurídicas escritas.
            Mesmo tendo sido consagrado diversas vezes pela jurisprudência dos tribunais eclesiásticos, como fonte local de direito, para ser válido, o costume canônico deve ter sido seguido por no mínimo 30 anos, ser razoável, isto é, não ofender a razão e, ser legitimo, conforme o direito divino, os decretos e o ensino autorizado pela Igreja.
            Por fim, não se pode esquecer dos Princípios recebidos do direito Romano. Como a Igreja católica desenvolveu-se no Império Romão, mesmo após a queda do Império do Ocidente, ela continuou sob vigência do direito Romano. Assim, o direito canônico recebeu grande parte da sua teoria das obrigações e os elementos essenciais de seu processo civil.




                        Somente a partir do século XII verdadeiros códigos de direito canônico foram escritos, mesmo que se tenha a partir do século III, coleções de textos canônicos, que embora fosse obra de particulares, algumas dessas coleções foram reconhecidas oficialmente pelas autoridades eclesiásticas.

CORPUS IURIS CANONICI

                        O primeiro código do direito canônico, editado em 1582, foi o CORPUS IURIS CANONICI, que compõe-se de 5 partes:
            A primeira delas é o Decreto de Graciano, que não era apenas uma recolha de textos. Graciano adicionava um dictum, isto é, um breve comentário pessoal, resumindo o problema e propondo uma solução para as contradições constatadas.
            Complementando o Decreto de Graciano, temos:
as Decretais de Gregório IX,
o Livro Sexto
as clementinae, e,
as Extravagantes de João XXII e as extravagantes Comuns.

CODEX IURIS CANONICI

            Por iniciativa do Papa Pio X, em 1904 iniciou-se a redação de um novo código, o CODEX IURIS CANONICI, que foi promulgado em 1917 e esta até os dias atuais em curso.


O ENSINO E A RELIGIÃO          

                        O ensino do direito canônico estava inicialmente ligado ao ensino da teologia. Do meso modo que o direito romano, os métodos e ensino canônico evoluíram do método dos Glosadores para o método dos comentadores.
            Sem corresponder à distinção entre glosadores e comentadores, os canonistas são classificados em Decretistas ou Decretalistas.
            Os Decretistas são os que tomaram o Decreto de Graciano como base dos seu trabalhos. Tal como os glosadores, faziam glossas sobre o Decreto e exposições sumáricas.
            Já os Decretalistas, são aqueles que consagraram principalmente o comentário das Decretais de Gregório IX.
            A partir do século XVI, o ensino do direito canônico perdeu progressivamente o interesse para os laicos, primeiramente na França e depois em outros países.

(Maria Julia Cardoso) 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A Heráldica

Referindo-se simultaneamente à ciência e à arte de descrever os brasões de armas ou escudos, a Heráldica tem sua origem nos tempos em que era imperativo distinguir os participantes das  batalhas e dos torneios. É importante salientar que o brasão das armas é definido por sua descrição escrita, dada por sua linguagem própria (linguagem heráldica), e não visualmente, como muitos pensam.
Brasonar é a denominação dada ao ato de desenhar um brasão. Essa arte segue uma série de regras mais ou menos estritas. A primeira coisa que é descrita num escudo é o esmalte.(cor) do campo (fundo); seguem-se a posição e esmaltes das diferentes cargas (objetos) existentes no escudo, que sãoo descritas da direita(dextra) para a esquerda (sinistra) e de cima para baixo, denotando o ponto de vista do portador do escudo, e não do seu observador.

O escudo é apenas um dos componentes do brasão de armas. Este pode ser acompanhado de outros elementos, como listeis com motes, coronéis, suportes. Entretanto, por  permitir formas distintas, como a simples e a complexa, o escudo pode se apresentar reduzido a um escudo propriamente dito.
REGRAS DE HERÁLDICA
O escudo pode ser apresentado de diversas  formas, como a cabeça de cavalo, o luzeiro, e os escudos ovais. O mais utilizado tem o formato de um cálice, com sete unidades de largura em contraposição às oito de altura.  Eles podem ser de oito cores, sendo duas delas denominadas metais (branco, denominado ‘’prata’’, e amarelo, denominado ‘’ouro’’) e as demais esmaltes.
Não se usava sobrepor metais a metais nem esmalte a esmalte. Entretanto, caso necessária a sobreposição, dizia-se que as cores são ‘’cosidas’’.
Outra característica pertinente aos escudos é que eles podiam apresentar partições, nunca simultâneas, como gironado, fendido, talhado, terciado, esquartelado, franchado, partido ou cortado.
Na parte superior pode existir um elmo, e o que se coloca acima deste é denominado timbre. Já os elementos colocados lateralmente ao escudo, dá-se o nome de suportes.
BRASÃO
O Brasão foi perdendo sua importância, dentre outros fatores, pela  ascensão do poder da Burguesia e o declínio da aristocracia. Atualmente, encontramos o brasão nas coletividades, clubes desportivos, município, família, na tentativa de adoção de um símbolo alusivo.
O brasão nada mais é do que um desenho especificamente criado, com o intuito de identificação.
FIGURAS HERALDICAS
Dentre as principais figuras heráldicas se encontram o elmo, os  metais, os esmaltes e o touro.
Como os escudos são formas simbólicas, esses elementos são representativos. O touro representa a força. São utilizados apenas o ouro e a prata, dentre os metais. No entanto, são cinco os tipos de esmaltes utilizados (verde, purpura, negro, vermelho e azul).
Os metais podem ser denominados de diversas formas, dependendo das circunstancias:
OURO: denominado ‘’sol’’, nos escudos dos reis; ‘’topazio’’, nos brasões da nobreza;
PRATA: denominado ‘’lua’’, nas armas dos soberanos; associada á ideia de inocência e pureza.
Por fim, o elmo tinha a finalidade de denotar qualidades sobre o seu portador, podendo ser apresentado sob diversas posições e formatos.
(Maria Julia Cardoso)

As Cruzadas


    As cruzadas foram expedições enviadas à Palestina para recuperar a liberdade de acesso dos cristãos a Jerusalém, a guerra pela terra santa que durou do século XI aos XIV, foi iniciada logo após o domínio dos árabes sob essa região considerada sagrada aos cristãos, após o domínio da região, os araber começaram a impedir a peregrinação dos europeus através da captura e do assassinato de muitos peregrinos que visitavam o local, unicamente pela fé. Diante dessa situação, o Papa Urbano II convocou a primeira cruzada com o objetivo de expulsar os “infiéis” da Terra Santa, contudo, a primeira batalha fracassou e muitos perderam suas vidas neste combate, no entanto, as batalhas entre árabes e católicos, duraram cerca de séculos, deixando milhares de mortos e um grande rastro de destruição. 
A segunda Cruzada convocada pelo Papa Eugênio III, foi comandada por Conrado II, imperador germânico, e Luis VII, rei da França, atravessou primeiro o estreito e passou para a Ásia  Menor onde foi atacado pelos árabes na região de Dorileia, em outubro de 1147. Tendo sofrido muitas perdas recuou para Nicéia. Luís VII seguiu pelo litoral da Anatólia, mas em janeiro de 1148 acabou cercado pelos muçulmanos nos desfiladeiros de Pisidia e perdeu muitos homens. A infantaria, que tentou continuar por terra, foi massacrada pelos arabes em fevereiro. A expedição acabou por complicar a relação entre os reinos cruzados, bizantinos e governantes muçulmanos.
A terceira cruzada pregada pelo Papa Gregório VIII após a tomada de Jerusalém por Saladino em 1187, foi denominada cruzada dos Reis, denominada pela participação dos três principais soberanos europeus da época: Filipe Augusto (França), Frederico Barbaruiva (Sacro Império Romano Germânico) e Ricardo Coração de Leão (Inglaterra), constituindo a maior força cruzada já agrupada. Na travessia para a terra Santa, o rei Frederico Barbaruiva, morreu afogado, sem a sua liderança o gigantesco exército alemão rapidamente se desintegrou. A maior parte dos soldados voltou para a Alemanha apenas uns poucos se decidiram a seguir para a Terra Santa. Em 8 de julho, os muçulmanos se renderam, e os cristãos penetraram na cidade. Saladino bateu em retirada e Filipe Augusto voltou para a França, deixando o comando dos exércitos cristãos ao Rei Ricardo Coração de Leão. Apesar de não conseguir o principal objetivo da Terceira Cruzada que era a reconquista de Jerusalém, Ricardo ganhou prestígio e respeito dos povos cristãos e muçulmanos, o mesmo acontecendo com Saladino, transformado em herói no Oriente e em exemplo de cavalaria medieval na Europa.
A quarta cruzada foi convocada por Inocêncio III e denominada também Cruzada Comercial por ter sido desviada de seu intuito pelo duque Dândolo, esta, levou os cristãos a saquearem a cidade de Zara e Constantinopla, fazendo com que o abismo entre Igreja Católica e Igreja Ortodoxa se estabelecesse definitivamente. Com o aval de Inocêncio III, os venezianos dominam Constantinopla e criam novos impostos. A tomada de Constantinopla marcou a presença do Império Latino, servindo de ponte entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Morto. A quinta cruzada também da iniciativa de Inocêncio III, mais somente posta em prática por Honório III e liderada por Andre II (Rei da Hungria), Leopoldo VI (Duque da Áustria), Jean de Brienne (Rei de Jerusalém) e Frederico II (imperador do Sacro-Império). A expedição tocou em Acre e depois avançou para o Egito, conquistando uma pequena fortaleza. Em 1219, com um acordo de paz, os muçulmanos propõem a entrega de Jerusalém aos cristãos com a condição de que eles se retirem do Egito, porém, a oferta é negada, alegando que os egípcios não resistiriam ao ataque dos cruzados com a chegada de Frederico II. Para a retirada completa dos cristãos, os egípcios fizeram uma nova proposta: deixaria eles se retirarem com vida caso aceitassem a imposição de uma trégua por oito anos de paz. Sem a chegada das tropas de Frederico II, os cruzados tiveram que se retirar da cidade, sem nenhum progresso, visto como o personagem central do fracasso da Quinta Cruzada, Frederico II foi excomungado da Igreja pelo papa Gregório IX. A sexta cruzada lançada pelo Imperador do Sacro Império, Frederico II, herdeiro do trono de Jerusalém pretendia reclamar seus direitos sobre Chipre e Jerusalém-Acre, Frederico II era partidário do diálogo com os muçulmanos em lugar de se resolver as questões por via de guerras. O Papa Gregório IX não ficou satisfeito com o comportamento de Frederico II e o atraso que causara no avanço da Cruzada e então, pela primeira vez, o excomungou. Frederico II foi finalmente coroado rei de Jerusalém, do qual era herdeiro. Mas o relacionamento com a Igreja Católica não estava nada bom, por duas vezes já havia sido excomungado e não tinha apoio do mundo cristão. Com medo de perder o trono na Germânia e em Nápoles por conta da Cruzada convocada pelo Papa Gregório IX para atacar seus domínios, Frederico preferiu retornar à Europa para tentar mantê-los. Na sétima cruzada o Papa Inocêncio IV abriu o concilio de Lyon, o rei da França Luis IX expressou o desejou de ajudar os cristãos do levante, Luis IX levou três anos para embarcar, mas o fez com um respeitável exercito de 35.000 mil homens. Aproveitou o monarca francês as perturbações causadas pelos mongóis no Oriente e partiu, de Aigues-Mortes para o Egito, escalou em Chipre, para depois atacar o Egito, porém, sua tática não deu certo, ocasionando em uma derrota com sérias conseqüências, o exército sucumbiu a várias doenças, sendo que especialmente o tifo foi responsável por dizimá-lo. Sem o grandioso exército que organizara, Luís IX preferiu bater em retirada.
   Logo, sucumbiu, a oitava cruzada comanda também por Luis IX (Rei da França) com o intuito de converter os sultões ao Cristianismo, os cruzados chegaram a deparar-se na mesma cidade que Maomé, que disse que iria recebê-los de mãos armadas. Entretanto, mal o combate entre cristãos e muçulmanos iria se reiniciar, uma peste que assolava a região do Túnis atacou o exército francês, inclusive chegando a matar o rei Luís IX. Além do rei, grande parte do exército francês caiu com a peste, incluindo um de seus filhos. O outro herdeiro, Filipe, o Audaz, tratou de negociar a paz com os sultões e retornou à França, onde foi coroado rei em 1271. Pela falta de conhecimento do local e pelas estratégias mal traçadas na tentativa de converter os líderes muçulmanos ao Cristianismo, a Oitava Cruzada foi, em sua essência, um grande fracasso empreendido pelos franceses. Meses após a morte de Luis IX o príncipe Eduardo da Inglaterra, comandou os seus seguidores até Acre, iniciando a Nona Cruzada. Em 1272, Eduardo tentou firmar uma trégua, mas Baibars tentou assassiná-lo, enviando homens que fingiram buscar o batismo como cristãos. Eduardo, então, começou preparativos para atacar Jerusalém, quando chegaram notícias da morte de seu pai, Henrique III. Eduardo, como herdeiro ao trono, decidiu retornar à Inglaterra e assinou um tratado com Baibars, que possibilitou seu retorno e, assim, terminou a Nona Cruzada.                                                                                       Contudo, as cruzadas acabaram prejudicando a relação entre o Ocidente e o Oriente, a relação ficava cada vez mais desgastada devido a ambição desenfreada que havia tomado conta dos cruzados, e sobre isso, o clero Canônico, nada podia fazer para controlar a situação, embora não tenham sido bem sucedidas, estes combates atraíram grandes Reis. As cruzadas tiveram como conseqüência, o fato de proporcionarem o renascimento do comércio na Europa, muitos cavalheiros ao retornarem para o Oriente, saqueavam cidades e montavam pequenas feiras nas bordas comerciais, estes guerreiros inseriram também novos conhecimentos originados do Oriente na Europa, as cruzadas aumentaram as tensões e hostilidades entre cristãos e muçulmanos na Idade Média, mesmo após as cruzadas este clima tenso entre os integrantes dessas duas religiões continuaram. A expressão cruzadas não eram conhecidas e nem mesmo foi usada durante os conflitos, na Europa era usada os termos “Terra Santa” e “Peregrinação.”

terça-feira, 23 de outubro de 2012

A Santa Inquisição


A Idade Média foi controlada inteiramente pela Igreja Católica, a Igreja impôs regras de comportamento a todas as classes sociais, e quem tentasse agir de forma diferente era caçado, torturado e morto em praça pública. O que ficou conhecido como bruxaria na Idade Média foi, além de comportamentos considerados anormais, o fato de pessoas que podiam estar doentes, como por contaminação do fungo encontrado no centeio, alimento em grãos que era utilizado para fazer pães nas classes mais pobres, o fungo deixava a pessoa com depressão, confusão mental, perda de consciência e mãos e pés pálidos, podendo levar ao coma e a morte, eram consideradas manifestações de cultos a forças inferiores, tinha também os epiléticos que eram facilmente confundidos devido às convulsões por estarem possuídos pelo demônio. Porém, eram mais reconhecidas pelo fato de conhecerem ervas que ajudava a curar enfermidades, antes da igreja intitulá-las como adoradoras do satã, eram consideradas mulheres sábias, a igreja considerava estas práticas feitiçaria, pois só Deus podia decidir se uma pessoa seria curada ou não, então eram torturadas até confessarem serem bruxas, quando confessavam eram esganadas e depois queimadas, porém, quando não confessavam, eram queimadas vivas por contrariar a vontade de Deus e obedecer ao diabo.
 Eram usados vários métodos de tortura para comprovar que o acusado era feiticeiro, as mulheres eram totalmente depiladas pelos torturadores e então estes procuravam sinais de satã no corpo, que podiam ser manchas, verrugas, mamilos muito enrugados (seria um sinal de quando a mulher amamentava os demônios), mas também poderia existir algum sinal invisível aos olhos humanos, então elas eram furadas com pregos ou lâminas por todo o corpo para descobrirem se existiam partes do corpo que eram insensíveis ao toque (seria um sinal de que fora tocada ali pelo diabo), seus seios eram arrancados por instrumentos como alicates, eram mergulhadas em água fervente, estupradas com objetos cortantes. Existiu mais de 24 métodos de tortura e execução dos acusados, acredita-se que foram julgados e condenados à morte, 35 mil a 60 mil pessoas, 75% mulheres, e os outros 25% dividiam-se entre homens e crianças que eram consideradas herdeiras do mesmo mal. Talvez o método de tortura mais famoso seja o da inquisição ou também conhecido como pêndulo onde a pessoa era amarrada com os braços para trás pelos punhos numa corda que era estendida por uma roldana num eixo, o carrasco puxava essa corda e então soltava de repente, causando assim deslocamento nos ombros, quebrava os braços, rompia as articulações e causava dor imensa. O método de execução mais conhecido é o da guilhotina, onde uma lâmina era presa por uma corda e apoiada por dois troncos, que era solta e descia violentamente decapitando a vítima. Este fato histórico teve início em 1450 e durou por volta de 300 anos até 1750 com a chegada do Iluminismo.
(Nathalia Volpato)

A Tecnologia da Inquisição


Infantaria

No capítulo anterior foi falado sobre armaduras medievais, onde fora explicado todos os componentes básicos de uma armadura e suas formas de uso, bem como a sua efetiva utilização em combate e na guerra. Neste capítulo, falaremos justamente sobre o motivo do uso das armaduras, as armas.
Na terra média a pólvora ainda não havia sido amplamente difundida, poucos reinados e ducados conheciam o seu uso e suas formas de utilização. A pólvora fora inventada na China antiga e sua receita ficou em segredo durante muito tempo para manter o monopólio do comercio, assim como a seda. 
O uso da pólvora como arma de fogo veio bem depois e geralmente era usado em armas de massacre, como os grandes canhões e algumas poucas "garruchas" de um tiro só. Mas antes deste tempo a reação da pólvora com o fogo era entendida como magia, era só mais uma forma de submissão.
Se quase não existiam armas de fogo, então, como aconteciam as guerras e os combates?
A resposta para esta pergunta é bem simples, as lutas em sua maioria eram combates corpo-a-corpo, logo, as lutas eram munidas por armas brancas.
Essa armas brancas eram classificadas de acordo com o seu modo de uso, por exemplo, a uso mais comum de uma espada eram os golpes desferidos com o fio, de ambos os lados, portanto, esta era uma arma de corte. Todavia, nada impedia que o esgrimista a utilizasse como uma arma de empalamento.
Além das espadas, existiam outras variantes das armas de corte como os machados de batalha, que eram peças grandes e pesadas que destroçavam os membro dos guerreiros; as cimitarras, que eram as espadas curvadas das tribos do deserto; as alabardas, conhecidas por serem usadas pelos guardas dos palácios para  impedir a entrada de indivíduos não autorizados nas dependências do castelo. Essas tinham cabos longos cabos e geralmente eram armas de duas mãos, nas suas pontas existiam uma lâmina de corte como uma espécie de machado.
Entre as espadas também haviam mais ou menos 7 variantes da linha principal de espadas. Em geral essas armas eram compostas por fortes ligas de metal, que eram mais resistentes que o metal das armas, ou não. O papel do "blacksmith" era achar um metal forte o bastante para compor a espada de seu guerreiro, para que esta penetrasse a armadura do inimigo, tornando o trabalho do "blacksmith" do inimigo achar a composição perfeita para a armadura de seu soldado, para que sua armadura não seja penetrada.
Em primeiro lugar estavam as espadas de empunhadura unica, geralmente pequenas e que permitiam o porte de um escudo. Em segundo lugar existiam os montantes, que eram as espadas de duas mãos, muito pesadas e de empunhadura dupla, excluindo o uso de escudo. Esses também eram conhecidos como espadas de duas mãos. Na Escócia existia uma variante, chamada de claymore. 
Depois da linha principal de espadas existiam as variantes. A primeira era a espada bastarda. Ela era chamada assim porque não se encaixava entre as espadas montantes e nem entre as de empunhadura única, sendo um intermediário.
As espadins foram espadas bem diferentes para a época em que estavam inseridas, elas tinham uma lâmina bem fina e longa com uma empunhadura diferenciada, também. O cabo do espadim tinha a vantagem de envolver a mão, evitando golpes desta região. Ela não era conhecida por ser uma espada de corte, mas de perfuração/ empalamento. Ela também tinha o nome de rapiera em outras regiões.
A região da Escandinávia e da Irlanda contava com uma armas mais rústicas, os scramasax, que eram parecidas com adagas. O próprio povo saxão recebeu esse nome por conta do uso da arma. E para finalizar, os sabres, ou Szabla, as espadas polacas.
Depois das armas de corte existiam aquelas de perfuração, comumente chamadas de lanças. Na idade média existiram três lanças. A alabarda, que além da ponta também tinha uma lâmina na sua parte de ferro, o espontão, que era a lança com mais de dois metros, muito usada pela linha de frente nas lutas de colisão e por fim o pique, que compunha a cavalaria.
Em ultimo lugar na classificação das armas corpo-a-corpo ficavam as armas de esmagamento como as clavas, manguais, martelos de guerra. Esses eram eficazes para combater as fortes armaduras, para que fossem quebradas, podendo penetrar nos soldados.
Em segundo plano encontravam-se as armas de combate à distancia. Esses são em geral mais lembrados pelos grandiosos arcos, todavia existia uma variação desse que se desenvolveu na idade média que era a besta, ou balestra. O grande diferencial da balestra era a tensão que a corda poderia exercer e o tempo que essa tensão poderia suportar, uma vez que esta tinha uma trava que poderia deixar a flecha no ponto, permitindo a mira exata do alvo.

A Trova na Terra Média



Pode-se dizer que o Trovadorismo foi a primeira forma de manifestação expressão literária da Língua Portuguesa. Ele surgiu no século XII, em plena Idade Média, na época em que Portugal estava no processo de formação da sua nação.
O marco inicial do Trovadorismo é a “Cantiga de Ribeirinha”, ou também chamada de “Cantiga da Garvaia”, que foi escrita por Paio Soares de Taveirós no ano de 1189. O ano de 1418 é o ano em que Fernão Lopes, funcionário da Coroa, foi nomeado Guarda-Mor da Torre do Tombo. Esse fato define, ao menos oficialmente, o fim do Trovadorismo, tendo em vista que Fernão Lopes viria a ser o protagonista de um novo comportamento literário em Portugal, o chamado Quinhentismo.

Cantiga da Ribeirinha
No mundo nom me sei parelha,   No mundo ninguém se assemelha a mim
Mentre me for’ como me vai,                    mim enquanto a vida continuar como vai,
Ca já moiro por vos – e ai!            porque morro por vós, e ai!
Mia senhor branca e vermelha     minha senhora alva de pele rosadas,
Queredes que vos retraia              quereis que vos retrate
Quando vos eu vi em saia!                       Retrate quando eu vos vi sem manto.
Mau dia me levantei,                      Maldito dia que me levantei
Que vos enton non vi fea!              E não vos vi feia

E, mia senhor, dês aquel di’,ai!    E minha senhora, desde aquele dia, ai!
Me foi a mi mui mal,                                   tudo me foi muito mal
E vos, filha de don Paai                 e vós, filha de Don Paio
Moniz, e bem vos semelha                       Moniz, e bem vos parece
D’aver eu por vos guarvaia,                      de ter eu por vós guarvaia
Pois eu, mia senhor, d’alfaia                    pois eu, minha senhora, como presente
Nunca de vos ouve nen ei             Nunca de vós recebera algo
Valia d’ua correa.                            Mesmo que de ínfimo valor.

A poesia do Trovadorismo tem forte intimidade com a música, pois era formada para ser cantada ou entoada, para ser acompanhada de instrumentos como a flauta, a viola, o alaúde, ou até mesmo com a presença de coro. Essas composições podem ser divididas em dois grupos: líricas e satíricas. Do primeiro grupo, são mais conhecidas e estudadas as Cantigas de Amigo e de Amor. Já do segundo grupo, as Cantigas de Escárnio e de Maldizer.
3.     Líricas

   Cantiga de Amigo

Nas Cantigas de Amigo, o emissor é a mulher, por isso se diz que o eu - lírico é feminino. Na verdade, nessas cantigas, o autor era homem, que se faz passar pela mulher que namora ou pela qual tem interesse.
Geralmente, nessas cantigas, a mulher pertence à alguma camada social menos culta e mais popular Os autores procuram mostrar a mulher dialogando com sua mãe, com algum elemento da  natureza(ramo, flor, árvore, fonte, lago, etc.), como se o seu namorado estivesse por perto, a ouvir suas juras de amor,  ou com uma amiga, sempre preocupado com seu amigo(namorado).
Em muitas composições, a água(ondas, mar, lago, fonte) admite forte conotação erótica, metaforicamente, uma vez que o relacionamento entre os namorados era, ou deveria ser íntimo. As Cantigas de Amigo, quase sempre nos mostra uma elaboração estética diferente, devido muito a sua origem popular, pois seus compositores não são nobres importantes, portanto, suas letras têm menor riqueza vocabular e normalmente se utilizam paralelismos e/ou refrões, bem como outos recursos que ajudam no “prolongamento” da canção, como a estruturação musical, tornando assim mais acessíveis ao leitor e ao ouvinte.

"Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs(3) comigo?
    ai, Deus, e u é?


Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi á jurado?
ai, Deus, e u é?
                                                                                                                       

Vós me preguntades polo voss’amigo?                                       
E eu ben vos digo que é san’e vivo(4)
ai, Deus, e u é?
                           
                                            

Vós me preguntades polo voss’amado?
E eu ben vos digo que é viv’e sano
ai, Deus, e u é?


E eu ben vos digo que é san’e vivo,
e será vosc’ ant’o(5) prazo passado(6).
ai, Deus, e u é?


E eu ben vos digo que é viv’e sano,
e será vosc’ ant’o prazo saído(7).
ai, Deus, e u é?"

    Cantiga de Amor
Nesta cantiga, o tema será a confissão amorosa do homem em relação a uma mulher, normalmente lamentando o seu sofrimento de amor (coita) perante a indiferença da mesma. Na cantiga de amor como é o homem que fala, costuma-se dizer que se trata de um eu lírico masculino.
A posição de inferioridade em que se é colocado o apaixonado, torna quase sempre a sua cantiga uma expressão do sofrimento amoroso, um lamento. Esse tipo de sentimento era chamado de coita. A persistência com que essa temática aparece nas Cantigas de Amor torna-as repetitivas. Não obstante, essas cantigas de amor foram o tipo de produção mais importante dentre as cantigas. Isso se deve ao fato de ter sido produzida por compositores ligados à nobreza, o que, quase sempre, garante uma estruturação técnica de melhor qualidade e uma maior riqueza no vocabulário. Além disso, ela se tornou uma das mais importantes, por se dirigir a um público mais culto.

         
"Tam grave dia que vos conhoci,
por quanto mal me vem por vós, senhor!
ca me ven coita, nunca vi mayor,
sen outro ben, por vós, senhor, des i
por este mal que mh’a mim por vós ven,
como se fosse bem, vem-me por em
gran mal a quem nunca o mereci.

Ca, mha senhor, porque vos eu servi,
sempre digo que sode’l milhor
do mund’e trobo pólo vosso amor,
que me fazedes gram ben e assy
veed’ora,  mha senhor do bon sen,
este bem tal se compr) en mi rre),
senon, se valedes vós mays per y."
    
Satíricas

  Cantiga de Escárnio

A Cantiga de Escárnio é uma composição satírica, em que se é criticado alguém a partir da zombaria, do sarcasmo, que é um traço típico da sátira. O escárnio pode ser identificado como uma sátira indireta, pelo fato de não ser muito contundente e por “encobrir” a agressividade através de uma ambiguidade.

 "Ai dona fea! foste-vos queixar
porque vos nunca louv’em meu trobar 
mais ora quero fazer un cantar
en que vos loarei toda via
e vedes como vos quero loar
dona fea, velha e sandia!


Ai dona fea! se Deus me perdon!
e pois havedes tan gran coraçon
que vos eu loe en esta razon,
vos quero já loar toda via;
e vedes qual será a loaçan:
dona fea, velha e sandia!


Dona fea! nunca vos eu loei
en meu trobar, pero muito trobei;
mais ora já un bon cantar farei
en que vos loarei toda via;
e direi-vos como vos loarei:
dona fea, velha e sandia!"

 Cantiga de Maldizer
As Cantigas de Maldizer se diferenciam das de Escárnio por apresentar sátira direita. A crítica sempre decisiva e clara usa ,muitas vezes, do baixo calão, das agressões verbais. Nessas cantigas, os nomes das pessoas satirizadas podiam aparecer ou não explicitamente nos textos.
As críticas feitas normalmente nessas cantigas referem-se a comportamentos políticos, sexuais, a compositores incapazes, a nobres traidores, a rivais amorosos, a pessoas comuns, profissionais ou proprietários pretensiosos, a mulheres de hábitos feios ou imorais, dentre outros temas.
Essas composições satíricas circulavam por lugares públicos, como colheitas, tabernas, feiras, periferias urbanas, caracterizando assim como uma literatura marginal, mas, mesmo por isso, de uma grande relevância histórica


"Ai, dona fea! Foste-vos queixar
que vos nunca louv'en meu trobar;
mas ora quero fazer um cantar
en que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!

Ai, dona fea! Se Deus me pardon!
pois avedes [a] tan gran coraçon
que vos eu loe, en esta razon
vos quero já loar toda via;
e vedes qual será a loaçon:
dona fea, velha e sandia!

Dona fea, nunca vos eu loei
en meu trobar, pero muito trobei;
mais ora já un bon cantar farei,
en que vos loarei toda via;
e direi-vos como vos loarei:
dona fea, velha e sandia!"

5.Os principais autores do Trovadorismo foram:

·         D. Diniz 

·         João Garcia de Guilhade

·         Martim Codax

·         Paio Soares de Taveirós

(Isadora Morais de Ataídes)

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

SISTEMA FEUDAL


A hipnose do assunto se inicia quando acontece as invasões bárbaras no século V, e como consequência houve a diminuição das atividades comercias em troca do comercio de artigos de luxos como armas, os escravos, e tecidos. A partir daí houve o nascimento de uma nova estrutura social, política, econômica, que não dava mas atenção a comercio de mercadorias, mas sim de terras. Agora o mais rico era aquele que detinha mais terras. Este sistema se formou em toda a Europa Ocidental.
Esse sistema ficou conhecido como Sistema Feudal, ou seja, o feudo era sinônimo de beneficio. Esse sistema funcionava da seguinte forma: uma pessoa tinha direitos cedidos em troca de um compromisso e obrigações que tinha para com a terra e o seu Senhor.  Essa relação ficou conhecida como relação de suserania e vassalagem. Aquele que cede o bem se torna suserano e quem recebe passa a ser seu vassalo.
No sistema feudal a economia era baseada numa produção agrícola e artesanal que visava atender somente o consumo local.  O proprietário das terras recebia o nome de Senhor Feudal, e tinha um controle muito grande sobre os homens que trabalhavam em suas terras, os chamados servos.
Esse sistema constituía de estamentos onde os três principais eram:
 1. Nobreza - eram os grandes proprietários de terras que também se dedicavam ao serviço militar. Haviam os senhores feudais: o único proprietário do feudo. Ele exercia a justiça sobre todos os que viviam sob sua proteção e interferia na vida pessoal das famílias servis.
 2. Clero - o clero era constituído por membros da igreja Católica e era formada pelo alto clero e baixo clero. Alto clero dirigia a Igreja, administrava suas propriedades agrárias e tinha grande influência política e ideológica. O clero era muito rico,a partir do momento  em que passou a receber doações dos católicos.
 3. Os servos - eles eram a maioria da população camponesa. Eram os trabalhadores que sustentavam a estrutura feudal e não homens livres. Eles produziam alimentos, roupas e outros. Eram presos ao senhor feudal.
 Além destes três estamentos, haviam alguns escravos , os vilões,que era homens livres que trabalhavam para os senhores feudais, mas não eram presos à terra. Haviam também os ministeriais que administravam os feudos em nome do proprietário.E também uma população formada por pequenos mercadores e artesãos.
A igreja nesse período exercia bastante o poder pois ela era a grande proprietária de terras e por isso sempre intervia nas relações servis. Pregava que a existência de “senhores” e “servos” era normal em uma sociedade cristã. A mesma assumia o papel das instituições publicas e tentavam converter as pessoas para o catolicismo por bem ou por mal.

(Roberta Almeida)


Economia "Medieval" Brasileira

Um olhar interessante sobre a Idade Média, relacionando a economia da época com a atual brasileira.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A Ciência das Armaduras

As armaduras medievais eram feitas por artesãos habilidosos da idade média que eram conhecidos como "blacksmiths", que passavam horas aperfeiçoando a arte de martelar suntuosas peças de metal. Elas tinham um papel importantíssimo em sua era. Elas eram a base protetora das guerras e dos combates, que só aconteciam corpo-a-corpo, ou em guerras mais complexas que se usavam balestras, catapultas e arco e flecha.
Além da capacidade protetora as armaduras também desempenhavam o papel de status perante uma sociedade fragilizada onde só os nobres poderiam dispor de tal proteção durante a guerra.
Elas eram divididas em duas: as armaduras pesadas e as armaduras leves.
Armaduras PesadasAs armaduras pesadas eram muito caras e podiam ser feitas de várias ligas de metal, sendo as mais comuns de ferro, aço e peças de cobre. Uma armadura pesada completa poderia chegar a pesar 30kg, o que seria muito exaustivo para um soldado usar se ele tivesse que andar por muitos quilômetros, era mais comum que elas fossem usadas por cavaleiros, ou em batalhas marcadas.
Seus principais componentes eram o elmo que desempenhava o papel protetor de toda a região da cabeça. Existiam vários tipos de elmo e várias ocasiões para serem usado, o elmo completo que tinha uma viseira de proteção que escondia toda a área do rosto. Foi justamente com a utilização desse equipamento que surgiu a continência, que servia para levantar a viseira, para que o superior identificasse o soldado.
Além do elmo completo poderia ser usado, também, o elmo médio para combates mais leves, mas isso é mais adiante.
Na parte do ombro, abdômen e peito existia uma grande peça de metal com varias dobras, encaixes e subdivisões, esta peça gigantesca era chamada de cota de placa e era extremamente resistente à golpes de esmagamento, usualmente dados por armas pesadas e não cortantes, como clavas, martelos de batalha e alguns tipos de alabardas. Todavia, essas cotas eram bastante vulneráveis a ataques de corte, como aqueles desferidos por espadas e adagas.
As mãos eram uma parte muito específica e que merecia muita atenção no combate. Se os dedos ficassem vulneráveis eles poderiam ser facilmente cortados ou dilacerados, impedindo que o soldado continuasse na batalha e gerando custos para o estado. Para proteger as mãos usava-se as manoplas, do mesmo material que as armaduras,todavia era uma parte muito delicada para se trabalhar, pois deveria proteger, mas manter a mobilidade do guerreiro. As manoplas também permitiam que o soldado protegesse os antebraços, ou que os usasse como uma defesa contra as lâminas.

Entre a parte superior da armadura e a inferior existia um espécie de cinto de "chains"(elos) de metal que servia como um conector maleável para que a armadura ficasse forte e unida e ao mesmo tempo permitisse que o guerreiro tivesse bastante mobilidade.
A proteção das pernas poderia vir em duas condições, ambas feitas das ligas de ferro citadas acima, essas poderiam ser escarcelas que eram saiotes de metal que protegiam a parte superior ou as perneiras de placa, que protegiam todo o comprimento das pernas e que tinha conexão com as botas de metal.
As botas, além de proteger, tinham outra função indispensável para um soldado que cavalga portando 30kg de metal, mais as armas, que eram prender o soldado ao seu cavalo, uma espécie de conexão.
A armadura não ficava em contato direto com o corpo do soldado, por causa de uma série de fatores, como a alta absorção de calor do metal, ou por causa das condições do ambiente que poderiam alterar a liga. Por baixo dela se usavam roupas de linho que eram colocadas primeiro, essas roupas tinham fundos para as necessidades fisiológicas, uma vez que o soldado não poderia tirar a armadura toda vez que precisasse.
Para segurar as pesadas peças de metal eram utilizadas amarras e fivelas de couro que entravam em contato direto com a roupa de linho. Para colocar a armadura o guerreiro dispunha de um servo, bem como para tira-la e para carrega-la.
Armaduras Leves
A armadura leve tinha uma composição bastante parecida com a explicada anteriormente. A grande novidade era a sua utilização, o meio social que a dispunha e a mobilidade.
Esse tipo de armadura não era utilizada pela cavalaria, mas pelos soldados de base que precisavam andar durante dias e que precisavam agir rapidamente nos combates corpo-a-corpo.
Na região da cabeça era usado um capacete médio, que não possuía um visor, mas que buscava proteger a parte superior da cabeça contra a saraivada de flechas que vinham das muralhas fortificadas.
Logo abaixo existia uma malha de aço bastante reforçada e que garantia total mobilidade ao guerreiro. Essa malha era composta por elos de metal entrelaçados, tendo, portanto, grande uso em combates perfurantes e cortantes, como golpes empaladores de espadas, machados de guerra, alabardas, cimitarras e adagas.
Por baixo dessas armaduras eram usadas camisas de linho para evitar a fricção da malha com a pele. Ela funcionava como uma segunda pele.
Super Leves
Em terceiro lugar ainda existia um tipo diferente de proteção que era usada por arqueiros e por soldados que não se encontravam no campo de batalha guerreando corpo-a-corpo. As armaduras super leves eram feitas de couro e garantiam leveza total para quem a usava, ela poderia ser usada, também, na caça.
As armaduras leves e resistentes foram um sonho que não pode se concretizar na idade média, hoje em dia muitos filmes, contos e jogos focam nesse aspecto que foi impossível. J.R.R.Tokien, autor do épico "Lord of the Rings", criou no mundo fantástico, um metal tão forte quanto qualquer liga conhecida e tão leve quanto o couro, ele deu a esse metal o nome de "Mithril" e se ele existisse naqueles tempos.. bom, a idade média teria sido um palco de batalhas ainda mais espetaculares.

Logo, logo mais um post exclusivo falando sobre as armas e seus diferentes usos.